A Federação Internacional das Mulheres de Carreira Jurídica- FIFCJ, vem a público manifestar sua solidariedade às mulheres iranianas, em face da morte da jovem Masha Amini, de 22 anos, nesse dia 16 de setembro, que se encontrava presa por causa de sua vestimenta, pela polícia de moralidade na região do Curdistão, unidade responsável por fazer cumprir o rígido código de vestuário na república islâmica.
A morte de Masha Amini, ainda não esclarecida pelas autoridades iranianas, tem gerado justos protestos de mulheres e homens que se unem em muitas cidades do país, e segundo a imprensa internacional, já causou pelo menos oito mortes de pessoas na repressão aos protestos, além de bloqueios quase completamente à internet móvel e limitadas aplicações como o Whatsapp e o Instagram no país.
Este fato é muito chocante e repugnante para esta Federação composta por mulheres juristas representantes de dezenas de países que têm reconhecidos os direitos humanos de mulheres e meninas, notadamente quanto à liberdade, dignidade e autonomia ao seu corpo, suas escolhas e direitos de oportunidades.
A FIFCJ se soma à manifestação recente das Nações Unidas, através do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, de que a morte sob custódia de Mahsa Amini, as alegações de tortura e a reação violenta das forças de segurança às manifestações, devem ser alvo de uma investigação imparcial e independente.
É chegado o momento para que o mundo se una contra esse estado teocrático cruel e assassino imposto no Irã desde a revolução de 1979, que cerceia a liberdade e tira vidas das mulheres, vilipendiando seus direitos, e que está na contramão da sociedade mundial, devendo chegar ao seu fim, para o bem das mulheres e crianças e o futuro de novas gerações iranianas.
22 de setembro de 2022.
Manoela Gonçalves Silva
Presidente da FIFCJ