Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios. A palavra dá nome a um tipo específico de qualificador criminal que nos dá a ideia de maior gravidade do crime em questão. Sendo assim, feminicídio é a morte de mulheres em razão de três circunstâncias: menosprezo e/ou discriminação de ser mulher e por violência de gênero.
Esse tipo de crime é, entretanto, a ponta do iceberg de um ciclo de violência que pode durar 10 anos ou mais na vida de uma mulher. Segundo a 15º edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2020 apresentou um aumento de 0,7% dos crimes de feminicídio, totalizando 1.350 casos.
A verdade é que a cada ano que passa as pesquisas têm nos mostrado que os casos de feminicídios só têm crescido, isso porque sabemos que há grande subnotificação destes (casos de feminicídios que são registrados como homicídios ou como lesão corporal seguida de morte).
Mulheres pretas são as que mais sofrem: do total, 61,8% correspondem aos casos em que a vítima de feminicídio é uma mulher preta. Além disso, a casa continua sendo um local inseguro para mulheres: 54% dos casos ocorreram na residência da vítima. Quanto ao autor do crime: 81,5% dos casos foram cometidos pelo companheiro ou ex-companheiro da vítima.
Para que possamos chegar a um nível civilizatório em nosso país, é preciso que a sociedade se conscientize e saiba identificar as violências que sofre e que comete. Saber de fato sobre a Lei Maria da Penha (seus artigos, sua função, suas previsões), bem como sobre como as violências se perpetuam no cotidiano, por exemplo, são duas das diversas ações que podemos executar para conferir às mulheres e meninas brasileiras uma vida digna, sem traços de ameaças de gênero.
É por este motivo que a Professora Alice Bianchini elaborou este e-book, para levar conhecimento ao passo que instiga a autonomia das mulheres e demais cidadãos brasileiros para colaborarem com a extinção da violência de gênero cotidiana.